1.8.08

Ao MRS

Sei que no meio de todo este processo que dura há já uns meses, comecei por te tentar erguer, tentar fazer-te ver que há outra possibilidade...
Não a aceitaste e seguiste com uma série de ideias, com a imaginação ao rubro, para lhe provares o que sentias.

Fizeste coisas lindissimas e que fariam qualquer pessoa cair do pedestal em que se tivesse colocado para se afastar...
Tentei por diversas vezes provar-te por A+B que podia não resultar, que ela podia nunca perceber...
Fui bruta porque cá dentro não achava que houvesse ainda alguém que lutasse tanto como tu lutas por alguém que amas...
Achava que isso já não existia porque sinceramente o que acho é que praticamente ninguém gosta verdadeiramente de ninguém, usamo-nos porque não nos preenchemos sozinhos e precisamos uns dos outros.
É uma necessidade e não verdadeiro.
No fundo, mesmo no Fundo, até tenho vergonha de mim por nunca ter lutado nem com metade das armas com que lutaste para reconquistar ninguém...
Não consigo iludir-me com relações, já não... tu conseguiste que começasse a pensar que independentemente do resultado, tens de dar tudo...
Desculpa a frieza e as "reality calls" e Obrigada pelo exemplo.
Independentemente do resultado... a mim já me ajudaste... Pode ser que também ela o perceba.

Obrigada pela amizade

(se voltar a ser bruta... este texto é que é verdadeiro!!!)

2 comments:

Miguel Reis e Silva said...

Jana,

a realidade é cruel, é vida. É a merda que se vê, é a merda que se vive. Por alguma razão, todos lutamos desesperadamente para sair dela. Seja em que campo for: amor, trabalho, etc.

Claro que compreendo as "reality calls". Como é possível não as compreender? Deixámos de ser crianças e lidamos com isso todos os dias.

Se luto, é porque há esperança, porque há uma "light that never goes out". Isso é uma certeza e, curiosamente, é isso que me impede de desistir.

Porque a realidade é mesmo essa. Quando se diz que o duro é dizer
"chega", discordo. Isso é o fácil. O fácil é acompanhar a maré, descer o rio. Qualquer um o faz.

O difícil é sempre subir o rio. Desistir não é, na realidade, desistir. É, apenas, uma conformação com aquilo que é um facto. É a consequência de ser-se "overwhelmed by reality".

Por isso, é que te digo o seguinte. A maior lição de vida que tive foi quando uns senhores, de panos pretos traçados sobre os ombros, há uns bons anos atrás me disseram "há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não. Vês merda? Vês injustiça? Enoja-te? Revolta-te e luta contra essa merda."

É simples, mas custa...Oh, se custa... Daí que, por vezes, mais vale escolher o doce caminho da realidade.

Um beijo do teu amigo chato.

Anonymous said...

Há esperança, eu sabia! ;)

(acordei agora. Obrigado! É sempre bom! Até logo!)