29.5.13

Do que é imenso! (a ti que me deste o mundo)

"Em que pensar, agora, senão em ti? Tu, que
me esvaziaste de coisas incertas, e trouxeste a
manhã da minha noite. É verdade que te podia
Dizer " Como é mais fácil deixar que as coisas
não mudem, sermos o que sempre fomos, mudarmos
apenas dentro de nós próprios?" Mas ensinaste-me
a sermos dois; e a ser contigo aquilo que sou,
até sermos um apenas no amor que nos une,
contra a solidão que nos divide. Mas é isto o amor,
ver-te mesmo quando te não vejo, ouvir a tua
voz que abre as fontes de todos os rios, mesmo
ele que mal corria quando por ele passámos,
subindo a margem em que descobri o sentido
de irmos contra o tempo, para ganhar o tempo
que o tempo nos rouba. Como gosto, meu amor,
de chegar antes de ti para te ver chegar: com
a surpresa dos teus cabelos, e o teu rosto de água
fresca que eu bebo, com esta sede que não passa. Tu:
a primavera luminosa da minha expectativa,
a mais certa certeza de que gosto de ti, como
gostas de mim, até ao fim do mundo que me deste."

Nuno Júdice

13.5.13

Recomeço

Esta sempre foi a minha hora preferida do dia... O fim do dia...

Além da beleza inerente e visível, é a hora da mudança, o momento em que o que tinha luz passa a escuro e os olhos se habituam à escuridão.. 

Sabemos no entanto que a noite acaba e que o dia recomeça... E a noite, a lua, ajudam a respirar e a parar... 

Não adoro mudanças, falta de controlo, mas tendo feito anos, tendo recomeçado
um ano novo, há apenas uns dias, tendo sido este reinicio tão cheio da melhor mudança até hoje por mim reconhecida, o fim do dia ganha uma dimensão avassaladora de espera... De vontades... De ser...