Como qualquer história também esta deve ser começada pelo início... esta principalmente que nao é só minha,que é tua também...
Começou com palavras, as tuas, depois as minhas,...devagarinho...como se o meu ou o teu espaço nao pudesse ser invadido! Isso aumentou a curiosidade pela pessoa que serias... o "como seria?"... as conversas prolongavam-se até de madrugada...madrugadas cheias do que eu tinha dentro sem coragem de pôr para fora...foste lentamente sem eu própria me dar conta buscar o melhor de mim, o que há mais dentro do meu dentro e a que tao pouca gente tem acesso...
Queria mais desse contacto e isso passou a que este fosse "horário"... nao havia hora sem uma palavra tua,sem uma imagem tua que fosse criada , vivida infinitamente na minha cabeça... Estavamos perto...tao perto...e o pânico do sonho se tornar real assustava-me/nos...
Depois veio um comboio em Sta Apolónia às 16:01...Pensei que ao entrar naquele comboio sairía de ti...Nao sabia se queria que assim fosse ou simplesmente porque seria mais fácil...Nao precisei de pensar nisso porque nao me deixaste fugir...
Agarraste-me com tanta força que apesar dos 460Km que se impuseram, a tua presença era mais forte , mais física do que quando os Km eram ínfimos...
Este agarrar que me impuseste e que nao controlei encostou-me mais a ti... queria os teus braços, o teu beijo e o teu riso... queria perder-me nas tuas palavras... a paciência que me pedias esgotava-se a cada quadro que insistia em pintar...
"...Preciso de te ver..."... Respondi "Eu também..."... Depois veio o silêncio, o medo da minha invasao ao teu espaço..Umas horas mais tarde, 460Km percorridos e a tua voz...Estavas aqui e eu nao sabia o que fazer!
A catedral lá estava e tu nos degraus... a minha cabeça descansou no teu ombro... Finalmente estava certo, completo... Levei-te pela mao por esta cidade que já é tao minha..Perdemo-nos nas ruas a meia luz com os meus dedos entrelaçados nos teus...com copos de vinho e a forma como me olhavas parecendo decorar cada gesto e cada expressao minha...procuramos o rio para que fossemos só nós e aí fiquei mergulhada no teu abraço e perdida nas tuas palavras...
Acordei já em casa contigo...nessa altura decidi eu decorar-te... o tempo passava rápido demais e tinha que te gravar em mim...
Um dia foi pouco tempo... uma semana também o teria sido...
Agora parece que o real passou a sonho...Parece que nao existiu e que foi mais um dos filmes que criei e que vivi intensamente...se nao fosse pela garrafa de vinho em cima da minha mesa e o copo que ficou onde o deixei...se nao fossem as tuas palavras a cada dia e o teu cheiro na minha cama,...
Esta é a minha parte da história...o seu/meu início pelo menos...
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