Neste dia, o ano passado, eu já sabia que estava grávida. Não tínhamos contado a ninguém mas vivi-o intensamente. Já me considerava uma privilegiada por ter um bebé na barriga. Não sabia se era rapaz ou rapariga e nem me interessava. Queria muito ser mãe e no dia da mãe do ano passado já me sentia uma.
Sou mãe há 5 meses e uma semana. Tive uma gravidez e um parto abençoados. Não tenho traumas. Repetia tudo outra vez agora (pedia a epidural 2h antes, vá...).
Durante a gravidez tive medo de muitas coisas. Cada véspera de consulta e de ecografia eram stressantes. Principalmente antes de a começar a sentir... "e se há algo que não esta bem?" Esteve sempre felizmente.
Mas os medos eram também outros: será que vou saber o que fazer? Será que vou ser boa mãe? Será que a minha filha vai ser feliz? Como e que vai ser a nossa vida? Estamos os dois sozinhos no Dubai, nenhum de nos tem qualquer experiência do que e ser pai/mãe, saberemos o que fazer? Será que vou conseguir gerir vida profissional, ser mãe, mulher, amiga, filha...?
Entretanto a minha filha nasceu. E aquele cliché típico do “quando a puseram em cima de mim”... mas foi. Foi avassalador. Se a amava aqui dentro, quando a vi e lhe toquei, lhe dei festinhas e lhe disse “olá bebé! Eu e que sou a mãe” fiquei cheia por dentro de um amor que todos os dias aumenta um bocadinho.
E assustador ser mãe. O que tem de maravilhoso tem de assustador. O saber que tenho de a deixar ser com a vontade que às vezes tenho de a ter cá dentro outra vez e de sermos só as duas, sem mais mundo, sem mais palpites, sem perigos...
Depois há o reverso... os risos e as conversas que temos as duas e aquilo que nos rimos os dois com ela. Por ela somos mais e maiores. Reinventamo-nos todos os dias. Revejo o que sou para que me torne aquilo que quero que ela veja e seja, pelo exemplo sempre.
Ser mãe é a melhor e mais completa experiência da vida e não tenho dúvida nenhuma disso. Melhor do que tê-la como minha filha é o imenso privilégio de ser mãe dela.
Os meus parabéns a minha mãe pelo exemplo e por tudo o que me deu e dá sempre e o meu obrigada a todas as minhas mães que com a experiência e a conduta me inspiram e me mostram que se for feito com e por amor, está sempre bem feito.
Uma homenagem as mães que o são sozinhas porque o escolheram ou porque a vida assim o quis. Se já é difícil partilhar tudo com o progenitor, sem apoio seria ainda mais aterrorizador.
Há um ano não tinha a menor noção do que é ser mãe. Ainda não tenho, mas do que sei até agora... não há nada melhor!
PS: Eu sei que o dia foi ontem, mas o cliché do "vais deixar de ter tempo para as tuas coisas" também é muito verdade e por isso só consegui vir rever isto e publicar hoje!
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