Hoje a festa da L foi no Restelo.
Pus a morada no GPS (não sei como vivi e conduzi alguma vez sem isto!) e fui.
Dei por mim a fazer o mesmo percurso que tantas e tantas vezes fiz para o Palacete.
Virei antes. Estava atrasada.
Quando saí confesso que fiz o percurso mais longo. Queria vê-lo.
Sabia-o vazio. Tu estás algures em Seul. Parei à porta. Tudo escuro.
Tinha a pirata no carro, porque se não tivesse tinha estacionado e entrado. Sei os códigos todos (ironia de alguém que nem o seu número de telefone sabe)... tinha entrado e ido buscar a chave que sei perfeitamente onde está... teria acendido a luz da mesa da entrada (a da esquerda) e seguido para o escritório onde acenderia a luz da secretária.
Não iria logo para a sala porque estarias no escritório. Iria sentar-me na minha cadeira em frente à secretária e arrumar as canetas que certamente estão por lá espalhadas. Depois sim, depois iria à sala.
Acenderia o candeeiro alto que está entre as portadas que dão para o jardim e iria sentar-me na minha poltrona amarela. Penso que nessa altura fecharia os olhos e esperaria que chegasses, com aquela tua passada forte, que te dirigisses à aparelhagem e escolhesses música (hoje possivelmente a Nina).
Provavelmente terias trazido do escritório qualquer coisa para eu ler e ficarias sentado, na tua ponta do sofá à espera da minha reacção.
Era nesse momento que vocês chegavam e ocupavam os vossos lugares. O G. iria para a cozinha porque "tem de haver algo que se coma"... iríamos rir e esperar pelo inevitável "AH HA".. a noite continuaria entre petiscos\pratos, vinhos e conversas.. sérias ou pouco sérias, mas nossas, de clube privado onde não somos nada menos do que nós.
Este cenário formou-se em 20 segundos de contemplação do Palacete. Desci em direcção ao rio e não pude deixar de pensar: tanta falta me faz aquela casa com tudo o que me deu sempre...
1 comment:
Já tinha desistido deste espaço e pensava que deixaria de te ler assim.
Hoje Lisboa invadiu-me em fotos e memórias ligadas a vocês. Lembrei-me do teu avesso "and here we were".
Saudades vossas. A preparar-me para o regresso. Não deixes o avesso morrer.
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