Hoje a festa da L foi no Restelo.
Pus a morada no GPS (não sei como vivi e conduzi alguma vez sem isto!) e fui.
Dei por mim a fazer o mesmo percurso que tantas e tantas vezes fiz para o Palacete.
Virei antes. Estava atrasada.
Quando saí confesso que fiz o percurso mais longo. Queria vê-lo.
Sabia-o vazio. Tu estás algures em Seul. Parei à porta. Tudo escuro.
Tinha a pirata no carro, porque se não tivesse tinha estacionado e entrado. Sei os códigos todos (ironia de alguém que nem o seu número de telefone sabe)... tinha entrado e ido buscar a chave que sei perfeitamente onde está... teria acendido a luz da mesa da entrada (a da esquerda) e seguido para o escritório onde acenderia a luz da secretária.
Não iria logo para a sala porque estarias no escritório. Iria sentar-me na minha cadeira em frente à secretária e arrumar as canetas que certamente estão por lá espalhadas. Depois sim, depois iria à sala.
Acenderia o candeeiro alto que está entre as portadas que dão para o jardim e iria sentar-me na minha poltrona amarela. Penso que nessa altura fecharia os olhos e esperaria que chegasses, com aquela tua passada forte, que te dirigisses à aparelhagem e escolhesses música (hoje possivelmente a Nina).
Provavelmente terias trazido do escritório qualquer coisa para eu ler e ficarias sentado, na tua ponta do sofá à espera da minha reacção.
Era nesse momento que vocês chegavam e ocupavam os vossos lugares. O G. iria para a cozinha porque "tem de haver algo que se coma"... iríamos rir e esperar pelo inevitável "AH HA".. a noite continuaria entre petiscos\pratos, vinhos e conversas.. sérias ou pouco sérias, mas nossas, de clube privado onde não somos nada menos do que nós.
Este cenário formou-se em 20 segundos de contemplação do Palacete. Desci em direcção ao rio e não pude deixar de pensar: tanta falta me faz aquela casa com tudo o que me deu sempre...
18.2.18
1.2.18
Apanho o próximo...
Hoje quando estava a chegar à estação vi-os.
Despertou-me a atenção porque ele se levantou num ápice e percebi que seria para apanhar o comboio do qual eu ía sair.
Mas voltou a olhar para ela e estendeu-lhe a mão que ela agarrou-a e aproveitou para o puxar para si novamente. Ele não se sentou, mas inclinou-se para a beijar. Riram-se depois do beijo e quando eu saí do comboio ele voltou a sentar-se ao lado dela, abraçando-a, desistindo daquele comboio...
Quase que aposto que também não apanhou o seguinte. Quase que aposto porque o meu mundo voltou atrás mil anos. Porque também eu namorei na estação quando o B. vinha de Cascais e eu ficava ansiosa à espera de um comboio que pelo que me parecia, não iria nunca chegar.
Mas chegava. Sempre na mesma carruagem o B. saía. Com aquele estilo de beto rebelde com o qual eu sempre gozei, mas sempre com um sorriso imenso. Éramos simples, ingénuos de alguma forma.
Passeávamos pela praia (quantas vezes íamos a pé até Cascais) e voltávamos.
O B. dizia que tinha de apanhar o comboio e íamos para a estação. Ali ficávamos os dois em namoro, encostados um ao outro e quando a sirene começava a tocar o B. levantava-se decidido a apanhar aquele... mas quando me estendia a mão eu também a agarrava e também a puxava para mim para o obrigar a beijar-me... aquela decisão toda de que tinha de ser aquele comboio, caía por terra, porque ficava novamente sentado ao meu lado a sorrir. A resposta à minha pergunta "não ías apanhar o comboio?", era invariavelmente (e a rir)"Apanho o próximo"...
Despertou-me a atenção porque ele se levantou num ápice e percebi que seria para apanhar o comboio do qual eu ía sair.
Mas voltou a olhar para ela e estendeu-lhe a mão que ela agarrou-a e aproveitou para o puxar para si novamente. Ele não se sentou, mas inclinou-se para a beijar. Riram-se depois do beijo e quando eu saí do comboio ele voltou a sentar-se ao lado dela, abraçando-a, desistindo daquele comboio...
Quase que aposto que também não apanhou o seguinte. Quase que aposto porque o meu mundo voltou atrás mil anos. Porque também eu namorei na estação quando o B. vinha de Cascais e eu ficava ansiosa à espera de um comboio que pelo que me parecia, não iria nunca chegar.
Mas chegava. Sempre na mesma carruagem o B. saía. Com aquele estilo de beto rebelde com o qual eu sempre gozei, mas sempre com um sorriso imenso. Éramos simples, ingénuos de alguma forma.
Passeávamos pela praia (quantas vezes íamos a pé até Cascais) e voltávamos.
O B. dizia que tinha de apanhar o comboio e íamos para a estação. Ali ficávamos os dois em namoro, encostados um ao outro e quando a sirene começava a tocar o B. levantava-se decidido a apanhar aquele... mas quando me estendia a mão eu também a agarrava e também a puxava para mim para o obrigar a beijar-me... aquela decisão toda de que tinha de ser aquele comboio, caía por terra, porque ficava novamente sentado ao meu lado a sorrir. A resposta à minha pergunta "não ías apanhar o comboio?", era invariavelmente (e a rir)"Apanho o próximo"...
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