21.5.17

Azul

Voltei a casa.

Não foi uma decisão simples... foi preciso muita coisa. Foi necessário tempo, espaço... sanidade, deliberação...

Sou uma pessoa de afectos, de raízes, de pessoas... desde que fui mãe que todo o afastamento me doía e me magoava de uma forma muito mais aguda do que antes.

O Médio Oriente não é uma zona fácil. A mentalidade é diferente, o estilo de vida, as pessoas, o clima... em nada se parece com a Europa o que torna tudo ainda mais complicado.

Não há céu azul. Há céu azul com uma camada de pó... assim simples. Não há céu azul.

Quando não há céu viramo-nos para onde?

É nessa altura que respiramos e enchemos os pulmões de ar e decidimos que precisamos de ir. A partir do momento em que decidimos tudo acontece... proposta de trabalho nos timings certos com as condições certas, obras, casa... deixar tudo entregue e a vida ali, resolvida.

Aprendi a todos os níveis. Cresci muito a todos os níveis. Estou grata pela oportunidade, mas há sempre um tempo para parar, para fechar.

O meu chegou ali ao fim e recomeça aqui. Confuso, cansada, em adaptação, mas feliz.

Há azul. Basta-me.

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