Voltei a casa.
Não foi uma decisão simples... foi preciso muita coisa. Foi necessário tempo, espaço... sanidade, deliberação...
Sou uma pessoa de afectos, de raízes, de pessoas... desde que fui mãe que todo o afastamento me doía e me magoava de uma forma muito mais aguda do que antes.
O Médio Oriente não é uma zona fácil. A mentalidade é diferente, o estilo de vida, as pessoas, o clima... em nada se parece com a Europa o que torna tudo ainda mais complicado.
Não há céu azul. Há céu azul com uma camada de pó... assim simples. Não há céu azul.
Quando não há céu viramo-nos para onde?
É nessa altura que respiramos e enchemos os pulmões de ar e decidimos que precisamos de ir. A partir do momento em que decidimos tudo acontece... proposta de trabalho nos timings certos com as condições certas, obras, casa... deixar tudo entregue e a vida ali, resolvida.
Aprendi a todos os níveis. Cresci muito a todos os níveis. Estou grata pela oportunidade, mas há sempre um tempo para parar, para fechar.
O meu chegou ali ao fim e recomeça aqui. Confuso, cansada, em adaptação, mas feliz.
Há azul. Basta-me.