21.8.12

Curiosidades

É curioso como acabamos por voltar sempre a algo que nos fez feliz... talvez se evite durante algum tempo porque é preciso respirar.

É possível que o afastamento seja necessário por mil e uma razões... válidas ou pouco válidas. No entanto... é um facto que vicia a facilidade e a simplicidade das coisas.

Porque já foi complicado e depois descomplicou... e descomplicou porque há afastamento e distância.

Mas depois há o "sabor a casa" o "saber a ti" que é bom. É confortável. É jogar do mesmo lado do campo, com as mesmas piadas e as mesmas conversas... é simples ser e estar e é isso que me faz feliz.

É curioso como no decorrer dos anos (e já são muitos...) se aprofundam as pessoas, os comportamentos... mas se aprofunda também o que já era, porque é e será... feliz ou infelizmente simples!

Feliz... felizmente simples e confortável... curioso!

8.8.12

Tudo...(pela Sophia)

Tudo me é uma dança em que procuro
A posição ideal,
Seguindo o fio dum sonhar obscuro
Onde invento o real.

À minha volta sinto naufragar
Tantos gestos perdidos
Mas a alma, dispersa nos sentidos,
Sobe os degraus do ar...


(Tudo - Sophia de Mello Breyner Andresen)

Suspenso!

Era só o silêncio... um silêncio fixo, preso...

O Mundo estava pronto. Preparado. Cada coisa na posição certa à espera do início. O Sol, a Lua, as marés... tudo esperava.

O Mundo inteiro estava preparado e suspenso.

Era a isso que se agarrava. Ao tempo suspenso...


7.8.12

Faltas

Não se sente a falta do que não se tem.
Ela pelo menos não a sentia... Sentia sim que precisava de respirar e de reconquistar.. Pensando bem não havia nada que reconquistar, só um espaço vazio que precisava de preencher.

O problema é que para encher o espaço, ela só queria o que antes lá estava, porque mesmo que não fosse perfeito, era a perfeição naquilo que ela pensava que era.

"It's an idea in your head"... talvez... e talvez a ideia mude. As ideias mudam? Ou mudam as pessoas... as vontades?

Não importa agora... importa que o que existia deixou de existir e por muito que as coisas boas da sua vida se mantivessem e até novas fossem aparecendo, ela perdeu uma parte, uma peça que encaixava e que não sabe como substituir.

Não se sente a falta do que não se tem, mas sente-se a falta do que se tinha e agora não se tem... isso sim... dói.