Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio;
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca;
Porque metade de mim é o que eu grito,
Mas a outra metade é silêncio...
Que a música que eu ouço ao longe
Seja linda, ainda que tristeza;
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante;
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade...
Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece
E nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a única coisa que resta
A um homem inundado de sentimentos;
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo...
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço;
E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada;
Porque metade de mim é o que penso
Mas a outra metade é um vulcão...
Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo
Se torne ao menos suportável;
Que o espelho reflita em meu rosto
Um doce sorriso que me lembro ter dado na infância;
Porque metade de mim é a lembrança do que fui,
A outra metade eu não sei...
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais;
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço...
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade para faze-la florescer;
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção...
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade... também
(Oswaldo Montenegro)
31.5.12
30.5.12
Para o Bu...
Porque ouvi hoje no carro... porque esta música é tua e me fazes uma falta "danada"!
Volta!
Volta!
20.5.12
3.5.12
Ando fora... Aterrei quase há um mês e ainda não parei.
Muita coisa, muita vida.
O Devagar que tem África ficou lá apesar de tantas vezes tentar mantê-lo aqui. Não paramos, não páro.
Parar é morrer, é não deixar acontecer...
Mas vou abrandar e falar do que foi e do que foi maravilhosamente bom. Das saudades, do que fica, do que sai, do que se vê... Vou!
Muita coisa, muita vida.
O Devagar que tem África ficou lá apesar de tantas vezes tentar mantê-lo aqui. Não paramos, não páro.
Parar é morrer, é não deixar acontecer...
Mas vou abrandar e falar do que foi e do que foi maravilhosamente bom. Das saudades, do que fica, do que sai, do que se vê... Vou!
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