24.8.06

Tinha aterrado em Lisboa quando soube do ultra-leve que caíra na Boca do Inferno...Mexeu comigo porque podia ser alguém conhecido e comecei a pensar nos meus "pilotos". Não pensei no N... para mim ele pilotava helicópetros e não aviões... Não me tinha habituado ainda a que já os pilotava...Depois e com o cansaço acabei por não pensar no assunto quando os meus amigos me foram confirmando estarem bem.
Comecei a dizer que tinha chegado e foi quando veio a notícia... o irmão da Mafaldinha era o piloto, tinha sido ele a partir...

Tudo isto seria já muito triste só pela perda repentina, por haver um filho pequeno, namorada,amigos e irmãos para quem este era um pilar, uma força... piora e agrava o sofrimento saber que a mãe tinha partido em Dezembro e o pai em Março... que a minha amiga Mafalda não conseguiu chorar ninguém e erguer-se e agora tudo será mais dificil...

Vai ficar-me sempre na memória como o irmão mais velho que dava as boleias, que a chateava, que se metia connosco por nos achar miúdas e depois começou a ser um grande companheiro... tinha um sorriso rasgado e sentia... Talvez por isso a Mafalda tenha recitado uma quadra no funeral que soava mais ou menos assim : "Em paz com a vida e com o que ela me dá/ Eu sei já sofri mas não deixo de amar/ Se chorei ou se sorri, o importante é que EMOÇÕES eu vivi"!

Não sei entender nada e custa-me pensar que todas estas perdas são aleatórias, mas aceito, para a apoiar a ela. "Deus não nos dá mais do que aquilo que conseguimos aguentar"... Só espero que Deus não me considere capaz de aguentar nada disto...