31.5.12

Porque metade de mim é amor...

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio;
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca;
Porque metade de mim é o que eu grito,
Mas a outra metade é silêncio...

Que a música que eu ouço ao longe
Seja linda, ainda que tristeza;
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante;
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade...

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece
E nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a única coisa que resta
A um homem inundado de sentimentos;
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo...

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço;
E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada;
Porque metade de mim é o que penso
Mas a outra metade é um vulcão...

Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo
Se torne ao menos suportável;
Que o espelho reflita em meu rosto
Um doce sorriso que me lembro ter dado na infância;
Porque metade de mim é a lembrança do que fui,
A outra metade eu não sei...

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais;
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço...

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade para faze-la florescer;
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção...

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade... também

(Oswaldo Montenegro)

30.5.12

Para o Bu...

                                                                                                                                                                                   Porque ouvi hoje no carro... porque esta música é tua e me fazes uma falta "danada"!

Volta!

20.5.12

A prerrogativa da infância é podermo-nos mover entre a magia da vida e as papas de aveia que nos dão, entre um medo desmesurado e uma alegria sem limites.

Ingmar Bergman


Agora, depois dos 31... digo que não é só da infância... ;)

 

3.5.12

Ando fora... Aterrei quase há um mês e ainda não parei.

Muita coisa, muita vida.

O Devagar que tem África ficou lá apesar de tantas vezes tentar mantê-lo aqui. Não paramos, não páro.

Parar é morrer, é não deixar acontecer...

Mas vou abrandar e falar do que foi e do que foi maravilhosamente bom. Das saudades, do que fica, do que sai, do que se vê... Vou!